Bem-vindos colegas! Este é o resultado de um Trabalho de Conclusão de Curso. Um espaço reservado para ideias, reflexões e sugestões. Nosso tema é "Educação e Diversidade". Esperamos poder compartilhar com vocês muitas ideias sobre o tema e poder aprender muito também. Vamos enriquecer nossa prática pedagógica e investir nos nossos alunos!! Afinal somente investindo na Educação que almejamos um mundo melhor!!

'ENQUANTO SERES HUMANOS' ... Uma reflexão...

quarta-feira, 24 de março de 2010

AFRO-BRASILEIROS

O termo afro-brasileiro designa tanto pessoas com ascendência da África subsaariana quanto a influência cultural trazida pelos africanos escravizados para o Brasil.


História

O Brasil recebeu cerca de 37% de todos os escravos africanos que foram trazidos para a América. A quantidade total de africanos subsaarianos que chegaram no Brasil tem estimativas muito variadas: alguns citam mais de três milhões de pessoas, outros quatro milhões. O tráfico de negros da África começou por volta de 1550.
Durante o período colonial, os escravos de origem africana ou indígena eram a quase totalidade da mão-de-obra da economia do Brasil, utilizados principalmente na exploração de minas de ouro e na produção de açúcar.
Os homens eram a grande maioria dos escravos traficados, o que afetava o equilíbrio demográfico entre a população afro-brasileira. No período 1837-1840, os homens constituíam 73,7% e as mulheres apenas 26,3% da população escrava. Além disto, os donos de escravos não se preocupavam com a reprodução natural da escravaria, porque era mais barato comprar escravos recém trazidos pelo tráfico internacional do que gastar com a alimentação de crianças. Em relação à grande quantidade de africanos negros que aqui chegaram, a sociedade brasileira têm até poucos de seus genes considerando-se o desequilíbrio que havia entre a quantidade de homens e mulheres, além da maior mortalidade entre a população de escravos.
Embora tenha sido proibido por várias leis anteriores, o tráfico internacional de escravos para o Brasil só passou a ser combatido através da lei Eusébio de Queirós de 1850, depois da pressão política e militar da Inglaterra.
A escravidão foi diminuída no decorrer do século XIX com a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários, mas somente em 1888 foi definitivamente abolida através da Lei Áurea assinada pela Princesa Isabel. O Brasil foi a última nação ocidental a abolir a escravidão.
No final do século XIX e início do século XX, os afro-brasileiros mulatos tiveram uma importante partícipação na produção cultural das elites e na política. Nesta época, viveram escritores como Machado de Assis e Lima Barreto, jornalistas como José do Patrocínio, filósofos como Tobias Barreto, políticos como o barão de Cotejipe, e o notável engenheiro André Rebouças que até tornou-se amigo íntimo da família imperial. No mesmo período, um mulato, Nilo Peçanha, assumiu a presidência da República, e dois outros, Hermenegildo de Barros e Pedro Lessa tornaram-se ministros do STF. Esta característica da sociedade brasileira, que não tem similar em qualquer outra da América, já vinha ocorrendo desde os tempos coloniais em que mulatos como o escultor Aleijadinho, o arquiteto mestre Valentim e o compositor sacro José Maurício Nunes Garcia reproduziam e inovavam as artes aprendidas com europeus.
A participação dos mulatos na vida intelectual e política brasileira diminuiu abruptamente nos meados do século XX enquanto começam a se destacar os descendentes de imigrantes europeus e sírio-libaneses recém-chegados. Por outro lado, simultaneamente, as formas de cultura popular afro-brasileiras começaram a ser aceitas pelas elites brasileiras e até celebradas como as genuinamente nacionais. As formas de música popular e danças afro-brasileiras tornaram-se então predominantes, destacando-se a fama internacional do samba; mestre Bimba apresenta, em 1953, a capoeira ao presidente Getúlio Vargas que a chama de "único esporte verdadeiramente nacional"; as perseguições às religiões afro-brasileiras diminuem e a Umbanda carioca passa a ser seguida pela classe média-branca; escritores e compositores pertencentes à elite branca, como Jorge Amado, Toquinho e Vinícius de Moraes utilizam e celebram as formas musicais e religiões afro-brasileiras; o futebol, esporte inicialmente das elites brancas, passou a ter jogadores negros e mulatos idolatrados por todo país. Chegou-se assim no paradoxo da situação atual em que a cultura afro-brasileira ocupa uma posição de destaque no âmbito popular, mas a participação de afro-brasileiros é pequena na política, na literatura, nas ciências e na produção artística mais erudita das elites brasileiras.


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Isto é preconceito, você sabia?

* Elogiar negros dizendo que são de “alma branca”
* Fazer piada de mau gosto, usando o termo “coisa de preto” ou “serviço de preto”.
• Querer agradar a negros dizendo que é negro, “mas” é bonito, ou que “apesar” do “cabelo ruim” é inteligente.
• Colocar apelidos nas pessoas negras, como Pelé, Mussum, tição, café, chocolate, buiu, branca de neve. Os apelidos pejorativos são uma forma perversa de desumanizar e desqualificar seres humanos
• Usar eufemismo como “moreninho”, “escurinho”, “pessoas de cor”, evitando a palavra negro, ao se referir à pessoas negras.
• Negar a ascendência negra do mulato, dizendo que ele não é “totalmente” negro, que é de raça apurada, ou usar as expressões “limpar o sangue” e “melhorar a raça”, ao se referir à miscigenação.
• Fazer comparação, usando a cor branca como símbolo de que é limpo, bom, puro e, em contrapartida, usar a cor preta representando o que é sujo, feio, ruim.


Fonte: Almanaque Pedagógico Afrobrasileiro – Rosa Margarida de Carvalho Rocha, Nzinga.

quinta-feira, 18 de março de 2010

EDUCAÇÃO INCLUSIVA - ATITUDES E AÇÕES DOCENTES POSSÍVEIS

Mais do que criar condições para os alunos especiais, a inclusão é um desafio que implica mudar a escola como um todo, no projeto pedagógico, na postura diante dos alunos, na filosofia, etc. Temos como comunidade escolar a incumbência de valorizar as peculiaridades de cada aluno, atender a todos na escola, incorporar a diversidade sem nenhum tipo de distinção.
Nunca o tema da inclusão de portadores de necessidades especiais esteve tão presente no dia a dia da educação. Cada vez mais os professores estão percebendo que as diferenças não só devem ser aceitas, mas também acolhidas como ponto importante para montar ou completar o cenário escolar. Para a escola cabe não somente acolher a matrícula dessas crianças, visto que, isso nada mais é do que cumprir a lei.
O que realmente é necessário e obrigatório para a escola é oferecer serviços complementares, adotar práticas criativas na sala de aula, adaptar o projeto pedagógico, rever posturas e construir uma nova filosofia educativa. Essa mudança não é simples. Na verdade ainda é difícil encontrar professores que afirmem estar preparados para receber em classe um estudante com necessidades especiais.
A inclusão é um processo cheio de imprevistos, sem fórmulas prontas e que exige aperfeiçoamento constante. Cabe a direção buscar orientação e suporte das associações de assistência e das autoridades médicas e educacionais, sempre que for solicitada a matrícula de um aluno portador de necessidades educacionais especiais. Pedagogicamente a construção dessa autonomia para atender esses alunos, implica transformar a escola, no que diz respeito ao currículo, a avaliação e principalmente, as atitudes.
Aos professores, parte fundamental nessa construção faz-se necessário refletir e aprender a conviver com as diferenças. Sempre que somos apresentados a alguma novidade sentimos um pouco de medo. Pensamos: Será que isso é bom ou ruim? Sentimos esse estranhamento em tudo. Que ninguém é igual a ninguém já sabemos, mas como lidar com a diferença de cada um? A resposta é: encarando. Como vamos saber que chocolate é gostoso se nunca o provarmos ou que um aluno portador de deficiência é capaz se não abrirmos espaço para ele? Temos que vencer o preconceito e o medo e buscarmos a devida capacitação para exercer com excelência esse trabalho. O resultado dessa inclusão, isto é, a união dessas crianças no mesmo ambiente, na mesma classe, só traz bons efeitos para os dois lados.
Na educação inclusiva não se espera que o aluno com deficiência se adapte à escola, mas que a escola como um todo se transforme de forma a possibilitar a inserção desse aluno em seu ambiente. A escola é também um lugar do cuidado, da atenção, do tomar conta. E esse tomar conta exige um compromisso individual do professor com cada aprendiz, um compromisso que garanta o diálogo com todos os diferentes. Uma pedagogia das diferenças é uma pedagogia construtiva que busca a interação, a variedade, a riqueza da diversidade que faz parte da natureza humana.

quarta-feira, 3 de março de 2010

CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE MELHOR... O PAPEL DA EDUCAÇÃO

Nós, enquanto seres humanos vivemos num constante processo de socialização, abrangendo tanto padrões de comportamentos instintivos, quanto padrões de comportamento social, o que nos permite a nossa reprodução e sobrevivência.
É através desta constante interação social que crescemos enquanto pessoa, conquistamos a nossa cultura, mas não só na linguagem do senso comum, somando um grande número de conhecimentos, e sim, no que é mais válido, aquela resultante do convívio social, que abrange as trocas de conhecimento, as idealizações, crenças, ciências, até mesmo as atividades básicas de qualquer espécie, enfim, a sociabilidade, abrangendo todas as esferas da atividade humana.
A educação é um processo de transmissão de culturas, saberes, conhecimentos; é um processo de socialização que pode ocorrer de maneira informal, no cotidiano, pela família ou pela sociedade ou de maneira formal, com métodos e práticas pedagógicas, com conhecimentos e aspectos culturais científicos, ou seja, na escola.
A escola possui como um de seus principais desafios alcançar o objetivo de educar o indivíduo para o desempenho de sua cidadania e para seu ingresso no mercado de trabalho como mão-de-obra qualificada.
Todavia, seja ela de qual forma for, possui fundamental importância para a formação e desenvolvimento das potencialidades do indivíduo.
A educação possui um papel decisivo no desenvolvimento de uma sociedade, por ser responsável pela transmissão de sua herança cultural e consequentemente pela sua sobrevivência, garantindo-lhe o desenvolvimento dos que dela fazem parte.
Partindo deste pressuposto, reconhecemos a importância da relação entre sociedade e educação e seu entendimento, para nós, profissionais da educação é de suma importância, visto que nos permite enxergar com outros olhos a relação existente entre elas.
Do mesmo modo, para nós, formadores de cidadãos, é imprescindível que tenhamos claros as concepções de educação e sociedade, seu processo educativo, suas relações e estruturas, enfim, todo o processo educativo, para podermos atuar com destreza, capacidade e convicção, de modo a garantir realmente a formação integral de cidadãos e pessoas de bem.
A pobreza impede as pessoas de se educarem e de se desenvolverem. Da mesma forma, a própria educação é ao mesmo tempo, causa e solução de todos os problemas sociais, dentre eles, a pobreza.
E esta disfunção entre sociedade e educação, se não impede, gera um indivíduo incapaz de exercer sua cidadania, de ter conhecimento dos seus direitos, de saber exigi-los diante da sociedade. Primeiramente precisamos definir o que vem a ser realmente o termo cidadania. Sabemos que a cidadania está vinculada aos direitos e deveres dos cidadãos, e isso é bastante complexo, pois em nosso país ainda estamos lutando para assegurar o direito fundamental do indivíduo, que é a vida.
Há, portanto a necessidade de termos um olhar voltado para Educação e nos conscientizarmos de como ela pode converter-se em ferramenta necessária e social, para diminuir as lacunas e disfunções da sociedade.
Concordamos com a importância da cidadania, e utilizamos conceitos em sala de aula para que nossos alunos percebam o quanto é importante a participação da população no desenvolvimento do país.
As consequências finais de um modelo educacional falho ou da falta de educação são sintomas do mau funcionamento de uma sociedade, e conseqüentemente a enorme desigualdade social pertinente ao nosso país.
É por meio da educação que conseguiremos conscientizar o indivíduo a reconhecer e saber exigir seus direitos, deveres e obrigações, exercendo, assim, sua condição de cidadão.
Existe uma relação direta entre educação e política e isso nos permite refletir sobre a necessidade de que as crianças e os adolescentes tenham uma boa formação cidadã e assim saibam reconhecer e exigir seus direitos e cumprir com seus deveres em relação à sociedade.
È necessária uma tomada de posição mais firme e determinada por meio de todas as esferas da sociedade para que o combate à desigualdade social não passe de palavras ao vento que jamais saem do papel. A relação cidadania-educação é fundamental para a tão sonhada construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Diante desta situação, cabe à esfera política, pensar sobre sua real função e as conseqüências advindas de suas atuações, melhor dizendo, ter consciência do que estão proporcionando ao desenvolvimento de nosso país.
A nós, educadores, parte responsável pelo desenvolvimento de nossa sociedade, temos a obrigação de reivindicar por melhores condições de vida, intervindo também na formação de nossos educandos, tornando-os verdadeiros cidadãos, através da autonomia, da crítica, do conhecimento, para que possam juntamente a nós, lutar por um Brasil melhor.
Enfim, neste cenário da educação, será preciso repensar e reconstruir o saber escolar e a formação do professor, redimensionando o seu papel. O professor, não mais detentor do saber, necessitará ser mais criativo, além de ter consciência de que se aprende com o aluno e com o mundo, abrigando o preceito filosófico do “prender-se com, apropriar-se junto”.
Quanto à escola, esta deverá ser um espaço de convivência, onde os conflitos sejam trabalhados e enfrentados e não camuflados, de maneira coletiva e interativa, tendo presente que em um grupo de trabalho não basta estar junto, é fundamental sustentar a ação da escola em torno de uma reflexão conjunta, que implica uma análise crítica do trabalho, no sentido de buscar respostas para as dúvidas que nos cercam.
Assim, os objetivos devem ser propostos a fim de contribuir para a aproximação da realidade àquele ideal de homem e de sociedade justa e igualitária, em que os problemas precisam ser removidos, superados e solucionados.

ENTREVISTA COM PEDRO DEMO SOBRE EDUCAÇÃO... VALE A PENA ASSISTIR

segunda-feira, 1 de março de 2010

domingo, 28 de fevereiro de 2010

PRECONCEITO

Qual o conceito de preconceito? O preconceito é bom ou ruim? É possível haver um ser humano, que nunca tenha tido preconceito sobre alguém ou alguma coisa? Por que existe o preconceito?

O preconceito, como o nome já diz, é o conceito antecipadamente de alguém ou alguma coisa que não conhecemos. Sempre que nos deparamos com algo novo, ficamos com um certo receio, na defensiva e isso é comum com todos os seres humanos ou mesmo no mundo animal, este sempre fica desconfiado ao se deparar com algo que ainda não conhece.
Há dois segmentos do preconceito: o preconceito pode ser bom ( benéfico ) à sociedade ou maléfico. O preconceito benéfico é aquele que estabelece a prudência e são baseados em estatísticas reais, ou no instinto humano de autoproteção. Já o preconceito maléfico é constituído nas injustiças, e que são baseados unicamente nas aparências e empatias.
Nós seres humanos somos muitos preconceituosos, e não é só pela cor da pele, mas há preconceito em tudo, como: religião, raça, nacionalidade, opção sexual, classe social, com a mulher, modo de se vestir, quando se antipatiza com alguém por qualquer razão. Isso leva à discriminação que não é outra coisa senão a prática da exclusão. Quem nessa vida já não foi alvo de algum tipo de preconceito? Quem não se lembra de ter rejeitado, algum dia, o comportamento de alguém ou mesmo algo que lhe incomodasse? Todos podemos nos ver aí, mesmo que em esporádicos momentos de nossas vidas.
A discriminação é muito forte em nosso país, e isso já começa no ensino básico com as crianças pequenas, que já excluem seus coleguinhas, seja porque eles são gordos ou pobres e etc.
Vivemos num mundo inibidor de valores e cheios de hipocrisias. Parece até que as pessoas valem mais pelo que têm que por aquilo que são. A beleza física de poucos supera o caráter de muitos. Já não importa aquilo de bom que carregam dentro de si. O dinheiro ganho por alguns, ilicitamente, atinge índices no ibope jamais alcançados pelo mísero salário mínimo, ganho pelo trabalhador, honestamente. Onde está o respeito ao próximo? Os valores hoje em dia, não têm o mesmo peso de antes. É preciso, pararmos de se preocupar com o que os outros pensam e refletir melhor sobre nossas atitudes, usar o nosso bom senso e evitar julgar o próximo pela maneira de se vestir, pela sua religião ou qualquer que seja sua etnia.
Somente a convivência, através de uma atitude comunitária é , talvez a forma mais adequada de se reduzir o preconceito.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

EDUCAÇÃO AMBIENTAL - UTOPIA OU REALIDADE?

O ser humano age sobre o meio em que vive o tempo todo, para saciar suas necessidades e desejos. Esta ação não está ligada apenas à respostas emocionais, que dependem do humor ou predisposição do momento, mas da satisfação psicológica com o ambiente.
Percepção ambiental pode ser definida como sendo uma tomada de consciência do ambiente pelo homem, ou seja, o ato de perceber o ambiente que se está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo.
O estudo da percepção ambiental é de fundamental importância para que se compreenda as relações entre o ser humano e o ambiente, suas expectativas, anseios, satisfações e insatisfações.
Uma das dificuldades para a proteção dos ambientes naturais está na existência de diferentes percepções de seus valores e importância entre os indivíduos de culturas diferentes ou de grupos socioeconômicos que desempenham funções distintas nesses ambientes.
A educação e percepção ambiental despontam como armas na defesa do meio natural, e ajudam a reaproximar o homem da natureza, garantindo um futuro com mais qualidade de vida para todos, já que despertam uma maior responsabilidade e respeito dos indivíduos em relação ao ambiente em que vivem.

Sensibilização

A sensibilização ambiental pretende levar o indivíduo a mudar suas atitudes.
Por meio da utilização dos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato), o envolvimento na atividade e a retenção das informações acontecem de forma mais profunda.
A emoção despertada favorece a mudança de hábitos. Um indivíduo sensibilizado torna-se receptivo às informações transmitidas, repensa suas atitudes e pode optar por mudanças em seu comportamento.
Ao desenvolver a percepção da natureza, o indivíduo começa a sentir que faz parte dela, juntamente com os seres vivos que o rodeiam. Com isso, as suas atitudes passam a ser mais harmoniosas e fluírem com mais naturalidade, por existir uma preocupação com as necessidades e bem estar de todas as criaturas. No entanto, um simples contato com a natureza nem sempre é suficiente.
Um projeto de interação socioambiental torna-se uma ferramenta de educação ambiental ao sensibilizar ou mobilizar determinada comunidade em alguma questão que a afeta ou ao agir sobre esta comunidade.
Para ser bem-sucedido, o projeto de interação socioambiental deve ser bem planejado. Isso significa conter o maior detalhamento possível das atividades propostas, de forma clara e organizada, para revelar aos interessados o que se pretende fazer, por que fazer, e quais as possibilidades reais de obter os resultados esperados.
É preciso sensibilizar o ser humano para que ele se permita olhar para a natureza, olhar para o “outro” e olhar para “si” como sujeitos de um todo interdependente. Para isso, é muito importante que o educador assuma uma postura coerente entre a fala e as atitudes.
Uma forma de atender a esta proposta é propor a reflexão sobre os sentimentos e valores relacionados com a qualidade de vida e com a natureza, tais como respeito, confiança, autoestima, cooperação, amor, paz – ou, ao contrário, discutir a ausência desses valores na relação interpessoal.
O aprimoramento da percepção ambiental requer um conjunto e uma complexidade de informações relacionadas que devem ser trabalhadas conscientemente – em momentos distintos ou sequenciais – de modo que a visão crítica saiba lidar com novas situações futuras. Estes momentos podem ser divididos ao longo dos projetos temáticos nas etapas do ver, do julgar e do agir.
Na práxis do ver, identificam-se as características do local de estudo, ou seja, a(s) área(s) do projeto. Identificam-se neste contexto os elementos dos meios físico, biológico e antrópico que o compõe.
A práxis do julgar auxilia a enfrentar este desafio.
Após a caracterização da área de estudo, procede-se a identificação dos principais efeitos produzidos pelas diferentes atividades das sociedades humanas sobre o meio e a análise crítica das causas e consequências para a comunidade local.
A práxis do agir auxilia na tomada de decisões e estabelecimento de atitudes e ação, principalmente sobre o local de estudo voltadas para a construção de uma sociedade sustentável.
A partir do momento em que se reconhece a importância da questão ambiental, dos recursos hídricos, da biodiversidade, da sustentabilidade do uso dos recursos naturais para a sobrevivência do planeta, faz-se extremamente necessário trabalhar a educação ambiental, no sentido de esclarecer à população de modo geral, na tomada de iniciativas através de APA’S, ONG’s, enfim, de ações que promovam a proteção desses recursos, bem como um trabalho intensificado com a população por meio da educação ambiental, para lançarmos atitudes que mostrem que há algo a ser feito e com urgência.
Mas tudo isso só será possível a partir do momento em que cada ser humano reconhecer que tudo o que temos precisa ser conservado para a própria qualidade da vida e para a sustentação de vidas futuras.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

De cada um, o direito de todos, por Paulo Kroeff

Ou somos a favor dos direitos de todos, ou corremos o risco de, em algum momento, perdermos o direito que considerávamos seguro. A defesa dos direitos é o barco comum que mantemos navegando ou a tumba afundada que compartilharemos.
O Estado do Rio Grande do Sul tem oito conselhos que defendem os direitos da Criança e do Adolescente, do Idoso, dos Povos Indígenas, da Pessoa com Deficiência, da Mulher, da Segurança Alimentar, da Comunidade Negra, do Consumidor. Por que tantos conselhos de defesa de direitos? Porque a batalha pelos direitos estava ficando desigual e corríamos o risco de perdê-la.

Precisamos tornar comum uma cultura arraigada de defesa dos direitos de todas as pessoas. Nosso pior inimigo é a insensibilidade, a despreocupação pelo que ocorre com o outro, o individualismo exagerado, a apatia, a descrença na possibilidade de mudanças e, principalmente, a aceitação da crença egoísta de que se pode defender o direito individual sem precisar lutar pelos direitos do outros que nos são próximos. Cada vez que não sentimos indignação quando uma criança ou um adolescente tem seu direito desrespeitado – o filho de alguém, que merece o mesmo cuidado que queremos para nosso filho; cada vez que não sentimos vergonha quando uma mulher ou um idoso são de alguma forma maltratados – aquela que é semelhante à nossa mãe, ao nosso avô; cada vez que ignoramos a discriminação que sofre a pessoa com cultura que se diferencia da nossa – o índio; sempre que somos preconceituosos e dificultamos ou impedimos a plena inclusão social – do negro ou da pessoa com deficiência; ou toda vez que negamos a alguém o direito de se alimentar condignamente, ou aceitamos sem veementes protestos os abusos que se cometem contra os consumidores que somos todos nós, estamos contribuindo para a derrota final da defesa dos direitos de todos.

Criam-se artifícios legais, como a Semana Estadual da Pessoa com Deficiência, para assinalar as barreiras a superar para a plena integração, com dignidade, das pessoas com deficiência em nossa sociedade. O risco que se corre com essas semanas é de que, ao final delas, as boas intenções sejam esquecidas.

Trabalhemos, pois, para incorporar definitivamente a mudança em nossas atitudes e ações, a partir da crença de que todos têm direitos, sem nenhuma exceção. Uma sociedade verdadeiramente justa é aquela que defende e cultua intransigentemente o direito de todos. Cada um de nós tem a sua parcela intransferível de responsabilidade para alcançar este estágio de grandeza ética, no qual poderíamos eliminar todos os conselhos de direitos, pois eles seriam redundantes.


Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência

sábado, 20 de fevereiro de 2010

VALORES E EDUCAÇÃO

O ser humano é o único que possui valores abstratos, apenas os seres humanos que caracterizam uma coisa como sendo boa ou má, bela ou feia, desejável ou indesejável, ou seja, só ele estabelece um valor - significado subjetivo - à realidade, e isso que o caracteriza como humano.
Todo elemento cultural expressa a visão de mundo de um indivíduo ou grupo social.
Os valores formam o nosso alicerce de conhecimentos e conhecer esses alicerces nos ajudam a buscar a maior coerência entre o pensar, o falar e o agir.
Os três valores fundamentais da educação em direitos humanos podem ser apresentados às crianças: a percepção da diversidade, a consciência da igualdade e o sentimento de solidariedade.
A escola é uma esfera pública que propicia a rica convivência na diversidade.
A solidariedade, mais a igualdade e a liberdade, formam os três grandes pilares que sustentam os direitos humanos.

FUNDAMENTOS PARA A EDUCAÇÃO NA DIVERSIDADE

Trata-se da grande diversidade e desigualdade social entre nações, povos e grupos humanos.
Antes do processo de globalização, há 50 anos atrás, essa diversidade não existia, a representação da humanidade era bastante homogênia e definida, e o que fugia da regra era tido como diferente,estranho e reprovável; daí a origem de tantos preconceitos.
A educação para a diversidade está centrada nos valores, isto é, com a relação respeitosa e solidária entre as pessoas, em especial para o exercício da convivência.
Ensinar para a diversidade é educar e aprender junto com os alunos, a conviver com as pessoas, destacando as diferenças, físicas, culturais ou sociais. Ela prioriza o respeito entre todos, e por isso, trabalha com conceitos e valores como: tolerância, respeito, intolerância, preconceito,diversidade, identidade, desigualde, liberdade, igualdade, inclusão, exclusão, cidadania e paz.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

“Cultura, relações multifacetadas em nossas sociedades”

Para Florestan Fernandes, educador, sociólogo e político brasileiro, um dos principais problemas enfrentados pela sociedade brasileira no tangente à Educação e à Cultura é o preconceito.
Oriundo de diversas naturezas: étnica, racial, social, cultural, enfim, é o que dificulta o efetivo exercício de uma plena e verdadeira democracia no Brasil.
Parece que a prática social de categorizar, rotular as pessoas em normais e anormais, fortes e fracas, belas e feias e/ou por não possuírem um corpo detentor de uma cota de energia que lhes permita a sobrevivência. Não foi uma prática somente de sociedades primitivas consideradas “atrasadas”, cujas explicações estariam ancoradas na ausência de conhecimentos científicos e no escasso controle do homem em relação aos meios de produção.
Entretanto, um olhar atento revela que as práticas discriminatórias continuam sendo vivenciadas ainda hoje por vários grupos de pessoas pertencentes à sociedade moderna, cujo avanço científico-tecnológico está concentrado em grandes conglomerados financeiros com poder de controlar o mercado mundial. Conta, ainda, com a tecnologia eletrônica, com agências de publicidade que se encarregam de criar desejos, vendidos como imagens fascinantes que representam poder, ilusão de felicidade e segurança. Esse desenvolvimento provoca mudanças no modo de pensar, sentir e agir e se fazem presentes nas relações entre as pessoas.
Não bastam belas palavras, não bastam teorias, normas legais e constitucionais de criminalização da discriminação e do preconceito, conforme Fernandes; tampouco que representemos papéis diante de determinadas situações sociais.
O necessário não são as palavras, mas as ações. O ideal é que sejamos verdadeiros, que deixemos de viver de aparências, de representações, que deixemos de usar as máscaras sociais, segundo Erving Goffman.
Infelizmente vivemos de representações, talvez muitas vezes inconscientemente, a fim de alcançarmos nossos objetivos momentâneos. No entanto, nem sempre este é o melhor caminho, visto que não somos sozinhos nem vivemos sozinhos.
Há toda uma diversidade cultural em nossa sociedade. E é justamente desta diversidade que vivemos as relações processuais (Norbert Elias), ora unindo-nos, ora separando-nos, hierarquizando, porém nunca isolando-nos.
Desta forma, para que haja realmente a igualdade de oportunidades (seja nas condições de trabalho, de valorização ou remuneração dos profissionais e representantes do ensino, seja no reconhecimento do estudante como agente transformador da sociedade, sujeito crítico e ativo, construtor de um futuro melhor); para sanar tais problemas, é preciso que “brote” de dentro de cada cidadão, a espontaneidade, os valores, a moral.
E com certeza, o caminho que nos levará à superação desta desigualdade social latente em nossa sociedade, realmente é a Educação, a mudança de olhares, a formação, a construção de novos valores.
Porém, o homem precisa, antes de tudo, se conhecer melhor, para poder responder às chamadas sociais.
A aceitação e o reconhecimento próprio são o ponto de partida para o homem começar a se moldar, aprendendo, reestruturando-se, fazendo modificações, adaptando-se, sabendo identificar-se enquanto pessoa passível a erros; reconhecer seus defeitos, suas falhas, bem como suas potencialidades e capacidades e procurar melhorar enquanto ser humano, para depois tentar uma aproximação com seu próximo, adequando-se à realidade do meio em que atua e vive. E importante é que o mesmo reconheça também no outro, qualidades, vantagens e saiba respeitar as diferenças, afinal estas são necessárias para o crescimento pessoal, profissional e social de qualquer ser humano.
Enfim, acreditamos que o melhor caminho para chegarmos ao modo ideal de convivência humana, de princípios éticos e de sociabilidade, é resgatando o sentido do ser humano, cada qual com sua função e importância, lutando por uma sociedade justa e igualitária, de respeito mútuo, buscando cada um o seu direito, bem como assumindo seus deveres sem qualquer tipo de distinção e discriminação, e tudo isso só será possível por meio da Educação.