Bem-vindos colegas! Este é o resultado de um Trabalho de Conclusão de Curso. Um espaço reservado para ideias, reflexões e sugestões. Nosso tema é "Educação e Diversidade". Esperamos poder compartilhar com vocês muitas ideias sobre o tema e poder aprender muito também. Vamos enriquecer nossa prática pedagógica e investir nos nossos alunos!! Afinal somente investindo na Educação que almejamos um mundo melhor!!

'ENQUANTO SERES HUMANOS' ... Uma reflexão...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

PRECONCEITO

Qual o conceito de preconceito? O preconceito é bom ou ruim? É possível haver um ser humano, que nunca tenha tido preconceito sobre alguém ou alguma coisa? Por que existe o preconceito?

O preconceito, como o nome já diz, é o conceito antecipadamente de alguém ou alguma coisa que não conhecemos. Sempre que nos deparamos com algo novo, ficamos com um certo receio, na defensiva e isso é comum com todos os seres humanos ou mesmo no mundo animal, este sempre fica desconfiado ao se deparar com algo que ainda não conhece.
Há dois segmentos do preconceito: o preconceito pode ser bom ( benéfico ) à sociedade ou maléfico. O preconceito benéfico é aquele que estabelece a prudência e são baseados em estatísticas reais, ou no instinto humano de autoproteção. Já o preconceito maléfico é constituído nas injustiças, e que são baseados unicamente nas aparências e empatias.
Nós seres humanos somos muitos preconceituosos, e não é só pela cor da pele, mas há preconceito em tudo, como: religião, raça, nacionalidade, opção sexual, classe social, com a mulher, modo de se vestir, quando se antipatiza com alguém por qualquer razão. Isso leva à discriminação que não é outra coisa senão a prática da exclusão. Quem nessa vida já não foi alvo de algum tipo de preconceito? Quem não se lembra de ter rejeitado, algum dia, o comportamento de alguém ou mesmo algo que lhe incomodasse? Todos podemos nos ver aí, mesmo que em esporádicos momentos de nossas vidas.
A discriminação é muito forte em nosso país, e isso já começa no ensino básico com as crianças pequenas, que já excluem seus coleguinhas, seja porque eles são gordos ou pobres e etc.
Vivemos num mundo inibidor de valores e cheios de hipocrisias. Parece até que as pessoas valem mais pelo que têm que por aquilo que são. A beleza física de poucos supera o caráter de muitos. Já não importa aquilo de bom que carregam dentro de si. O dinheiro ganho por alguns, ilicitamente, atinge índices no ibope jamais alcançados pelo mísero salário mínimo, ganho pelo trabalhador, honestamente. Onde está o respeito ao próximo? Os valores hoje em dia, não têm o mesmo peso de antes. É preciso, pararmos de se preocupar com o que os outros pensam e refletir melhor sobre nossas atitudes, usar o nosso bom senso e evitar julgar o próximo pela maneira de se vestir, pela sua religião ou qualquer que seja sua etnia.
Somente a convivência, através de uma atitude comunitária é , talvez a forma mais adequada de se reduzir o preconceito.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

EDUCAÇÃO AMBIENTAL - UTOPIA OU REALIDADE?

O ser humano age sobre o meio em que vive o tempo todo, para saciar suas necessidades e desejos. Esta ação não está ligada apenas à respostas emocionais, que dependem do humor ou predisposição do momento, mas da satisfação psicológica com o ambiente.
Percepção ambiental pode ser definida como sendo uma tomada de consciência do ambiente pelo homem, ou seja, o ato de perceber o ambiente que se está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo.
O estudo da percepção ambiental é de fundamental importância para que se compreenda as relações entre o ser humano e o ambiente, suas expectativas, anseios, satisfações e insatisfações.
Uma das dificuldades para a proteção dos ambientes naturais está na existência de diferentes percepções de seus valores e importância entre os indivíduos de culturas diferentes ou de grupos socioeconômicos que desempenham funções distintas nesses ambientes.
A educação e percepção ambiental despontam como armas na defesa do meio natural, e ajudam a reaproximar o homem da natureza, garantindo um futuro com mais qualidade de vida para todos, já que despertam uma maior responsabilidade e respeito dos indivíduos em relação ao ambiente em que vivem.

Sensibilização

A sensibilização ambiental pretende levar o indivíduo a mudar suas atitudes.
Por meio da utilização dos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato), o envolvimento na atividade e a retenção das informações acontecem de forma mais profunda.
A emoção despertada favorece a mudança de hábitos. Um indivíduo sensibilizado torna-se receptivo às informações transmitidas, repensa suas atitudes e pode optar por mudanças em seu comportamento.
Ao desenvolver a percepção da natureza, o indivíduo começa a sentir que faz parte dela, juntamente com os seres vivos que o rodeiam. Com isso, as suas atitudes passam a ser mais harmoniosas e fluírem com mais naturalidade, por existir uma preocupação com as necessidades e bem estar de todas as criaturas. No entanto, um simples contato com a natureza nem sempre é suficiente.
Um projeto de interação socioambiental torna-se uma ferramenta de educação ambiental ao sensibilizar ou mobilizar determinada comunidade em alguma questão que a afeta ou ao agir sobre esta comunidade.
Para ser bem-sucedido, o projeto de interação socioambiental deve ser bem planejado. Isso significa conter o maior detalhamento possível das atividades propostas, de forma clara e organizada, para revelar aos interessados o que se pretende fazer, por que fazer, e quais as possibilidades reais de obter os resultados esperados.
É preciso sensibilizar o ser humano para que ele se permita olhar para a natureza, olhar para o “outro” e olhar para “si” como sujeitos de um todo interdependente. Para isso, é muito importante que o educador assuma uma postura coerente entre a fala e as atitudes.
Uma forma de atender a esta proposta é propor a reflexão sobre os sentimentos e valores relacionados com a qualidade de vida e com a natureza, tais como respeito, confiança, autoestima, cooperação, amor, paz – ou, ao contrário, discutir a ausência desses valores na relação interpessoal.
O aprimoramento da percepção ambiental requer um conjunto e uma complexidade de informações relacionadas que devem ser trabalhadas conscientemente – em momentos distintos ou sequenciais – de modo que a visão crítica saiba lidar com novas situações futuras. Estes momentos podem ser divididos ao longo dos projetos temáticos nas etapas do ver, do julgar e do agir.
Na práxis do ver, identificam-se as características do local de estudo, ou seja, a(s) área(s) do projeto. Identificam-se neste contexto os elementos dos meios físico, biológico e antrópico que o compõe.
A práxis do julgar auxilia a enfrentar este desafio.
Após a caracterização da área de estudo, procede-se a identificação dos principais efeitos produzidos pelas diferentes atividades das sociedades humanas sobre o meio e a análise crítica das causas e consequências para a comunidade local.
A práxis do agir auxilia na tomada de decisões e estabelecimento de atitudes e ação, principalmente sobre o local de estudo voltadas para a construção de uma sociedade sustentável.
A partir do momento em que se reconhece a importância da questão ambiental, dos recursos hídricos, da biodiversidade, da sustentabilidade do uso dos recursos naturais para a sobrevivência do planeta, faz-se extremamente necessário trabalhar a educação ambiental, no sentido de esclarecer à população de modo geral, na tomada de iniciativas através de APA’S, ONG’s, enfim, de ações que promovam a proteção desses recursos, bem como um trabalho intensificado com a população por meio da educação ambiental, para lançarmos atitudes que mostrem que há algo a ser feito e com urgência.
Mas tudo isso só será possível a partir do momento em que cada ser humano reconhecer que tudo o que temos precisa ser conservado para a própria qualidade da vida e para a sustentação de vidas futuras.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

De cada um, o direito de todos, por Paulo Kroeff

Ou somos a favor dos direitos de todos, ou corremos o risco de, em algum momento, perdermos o direito que considerávamos seguro. A defesa dos direitos é o barco comum que mantemos navegando ou a tumba afundada que compartilharemos.
O Estado do Rio Grande do Sul tem oito conselhos que defendem os direitos da Criança e do Adolescente, do Idoso, dos Povos Indígenas, da Pessoa com Deficiência, da Mulher, da Segurança Alimentar, da Comunidade Negra, do Consumidor. Por que tantos conselhos de defesa de direitos? Porque a batalha pelos direitos estava ficando desigual e corríamos o risco de perdê-la.

Precisamos tornar comum uma cultura arraigada de defesa dos direitos de todas as pessoas. Nosso pior inimigo é a insensibilidade, a despreocupação pelo que ocorre com o outro, o individualismo exagerado, a apatia, a descrença na possibilidade de mudanças e, principalmente, a aceitação da crença egoísta de que se pode defender o direito individual sem precisar lutar pelos direitos do outros que nos são próximos. Cada vez que não sentimos indignação quando uma criança ou um adolescente tem seu direito desrespeitado – o filho de alguém, que merece o mesmo cuidado que queremos para nosso filho; cada vez que não sentimos vergonha quando uma mulher ou um idoso são de alguma forma maltratados – aquela que é semelhante à nossa mãe, ao nosso avô; cada vez que ignoramos a discriminação que sofre a pessoa com cultura que se diferencia da nossa – o índio; sempre que somos preconceituosos e dificultamos ou impedimos a plena inclusão social – do negro ou da pessoa com deficiência; ou toda vez que negamos a alguém o direito de se alimentar condignamente, ou aceitamos sem veementes protestos os abusos que se cometem contra os consumidores que somos todos nós, estamos contribuindo para a derrota final da defesa dos direitos de todos.

Criam-se artifícios legais, como a Semana Estadual da Pessoa com Deficiência, para assinalar as barreiras a superar para a plena integração, com dignidade, das pessoas com deficiência em nossa sociedade. O risco que se corre com essas semanas é de que, ao final delas, as boas intenções sejam esquecidas.

Trabalhemos, pois, para incorporar definitivamente a mudança em nossas atitudes e ações, a partir da crença de que todos têm direitos, sem nenhuma exceção. Uma sociedade verdadeiramente justa é aquela que defende e cultua intransigentemente o direito de todos. Cada um de nós tem a sua parcela intransferível de responsabilidade para alcançar este estágio de grandeza ética, no qual poderíamos eliminar todos os conselhos de direitos, pois eles seriam redundantes.


Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência

sábado, 20 de fevereiro de 2010

VALORES E EDUCAÇÃO

O ser humano é o único que possui valores abstratos, apenas os seres humanos que caracterizam uma coisa como sendo boa ou má, bela ou feia, desejável ou indesejável, ou seja, só ele estabelece um valor - significado subjetivo - à realidade, e isso que o caracteriza como humano.
Todo elemento cultural expressa a visão de mundo de um indivíduo ou grupo social.
Os valores formam o nosso alicerce de conhecimentos e conhecer esses alicerces nos ajudam a buscar a maior coerência entre o pensar, o falar e o agir.
Os três valores fundamentais da educação em direitos humanos podem ser apresentados às crianças: a percepção da diversidade, a consciência da igualdade e o sentimento de solidariedade.
A escola é uma esfera pública que propicia a rica convivência na diversidade.
A solidariedade, mais a igualdade e a liberdade, formam os três grandes pilares que sustentam os direitos humanos.

FUNDAMENTOS PARA A EDUCAÇÃO NA DIVERSIDADE

Trata-se da grande diversidade e desigualdade social entre nações, povos e grupos humanos.
Antes do processo de globalização, há 50 anos atrás, essa diversidade não existia, a representação da humanidade era bastante homogênia e definida, e o que fugia da regra era tido como diferente,estranho e reprovável; daí a origem de tantos preconceitos.
A educação para a diversidade está centrada nos valores, isto é, com a relação respeitosa e solidária entre as pessoas, em especial para o exercício da convivência.
Ensinar para a diversidade é educar e aprender junto com os alunos, a conviver com as pessoas, destacando as diferenças, físicas, culturais ou sociais. Ela prioriza o respeito entre todos, e por isso, trabalha com conceitos e valores como: tolerância, respeito, intolerância, preconceito,diversidade, identidade, desigualde, liberdade, igualdade, inclusão, exclusão, cidadania e paz.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

“Cultura, relações multifacetadas em nossas sociedades”

Para Florestan Fernandes, educador, sociólogo e político brasileiro, um dos principais problemas enfrentados pela sociedade brasileira no tangente à Educação e à Cultura é o preconceito.
Oriundo de diversas naturezas: étnica, racial, social, cultural, enfim, é o que dificulta o efetivo exercício de uma plena e verdadeira democracia no Brasil.
Parece que a prática social de categorizar, rotular as pessoas em normais e anormais, fortes e fracas, belas e feias e/ou por não possuírem um corpo detentor de uma cota de energia que lhes permita a sobrevivência. Não foi uma prática somente de sociedades primitivas consideradas “atrasadas”, cujas explicações estariam ancoradas na ausência de conhecimentos científicos e no escasso controle do homem em relação aos meios de produção.
Entretanto, um olhar atento revela que as práticas discriminatórias continuam sendo vivenciadas ainda hoje por vários grupos de pessoas pertencentes à sociedade moderna, cujo avanço científico-tecnológico está concentrado em grandes conglomerados financeiros com poder de controlar o mercado mundial. Conta, ainda, com a tecnologia eletrônica, com agências de publicidade que se encarregam de criar desejos, vendidos como imagens fascinantes que representam poder, ilusão de felicidade e segurança. Esse desenvolvimento provoca mudanças no modo de pensar, sentir e agir e se fazem presentes nas relações entre as pessoas.
Não bastam belas palavras, não bastam teorias, normas legais e constitucionais de criminalização da discriminação e do preconceito, conforme Fernandes; tampouco que representemos papéis diante de determinadas situações sociais.
O necessário não são as palavras, mas as ações. O ideal é que sejamos verdadeiros, que deixemos de viver de aparências, de representações, que deixemos de usar as máscaras sociais, segundo Erving Goffman.
Infelizmente vivemos de representações, talvez muitas vezes inconscientemente, a fim de alcançarmos nossos objetivos momentâneos. No entanto, nem sempre este é o melhor caminho, visto que não somos sozinhos nem vivemos sozinhos.
Há toda uma diversidade cultural em nossa sociedade. E é justamente desta diversidade que vivemos as relações processuais (Norbert Elias), ora unindo-nos, ora separando-nos, hierarquizando, porém nunca isolando-nos.
Desta forma, para que haja realmente a igualdade de oportunidades (seja nas condições de trabalho, de valorização ou remuneração dos profissionais e representantes do ensino, seja no reconhecimento do estudante como agente transformador da sociedade, sujeito crítico e ativo, construtor de um futuro melhor); para sanar tais problemas, é preciso que “brote” de dentro de cada cidadão, a espontaneidade, os valores, a moral.
E com certeza, o caminho que nos levará à superação desta desigualdade social latente em nossa sociedade, realmente é a Educação, a mudança de olhares, a formação, a construção de novos valores.
Porém, o homem precisa, antes de tudo, se conhecer melhor, para poder responder às chamadas sociais.
A aceitação e o reconhecimento próprio são o ponto de partida para o homem começar a se moldar, aprendendo, reestruturando-se, fazendo modificações, adaptando-se, sabendo identificar-se enquanto pessoa passível a erros; reconhecer seus defeitos, suas falhas, bem como suas potencialidades e capacidades e procurar melhorar enquanto ser humano, para depois tentar uma aproximação com seu próximo, adequando-se à realidade do meio em que atua e vive. E importante é que o mesmo reconheça também no outro, qualidades, vantagens e saiba respeitar as diferenças, afinal estas são necessárias para o crescimento pessoal, profissional e social de qualquer ser humano.
Enfim, acreditamos que o melhor caminho para chegarmos ao modo ideal de convivência humana, de princípios éticos e de sociabilidade, é resgatando o sentido do ser humano, cada qual com sua função e importância, lutando por uma sociedade justa e igualitária, de respeito mútuo, buscando cada um o seu direito, bem como assumindo seus deveres sem qualquer tipo de distinção e discriminação, e tudo isso só será possível por meio da Educação.