Bem-vindos colegas! Este é o resultado de um Trabalho de Conclusão de Curso. Um espaço reservado para ideias, reflexões e sugestões. Nosso tema é "Educação e Diversidade". Esperamos poder compartilhar com vocês muitas ideias sobre o tema e poder aprender muito também. Vamos enriquecer nossa prática pedagógica e investir nos nossos alunos!! Afinal somente investindo na Educação que almejamos um mundo melhor!!

'ENQUANTO SERES HUMANOS' ... Uma reflexão...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

“Cultura, relações multifacetadas em nossas sociedades”

Para Florestan Fernandes, educador, sociólogo e político brasileiro, um dos principais problemas enfrentados pela sociedade brasileira no tangente à Educação e à Cultura é o preconceito.
Oriundo de diversas naturezas: étnica, racial, social, cultural, enfim, é o que dificulta o efetivo exercício de uma plena e verdadeira democracia no Brasil.
Parece que a prática social de categorizar, rotular as pessoas em normais e anormais, fortes e fracas, belas e feias e/ou por não possuírem um corpo detentor de uma cota de energia que lhes permita a sobrevivência. Não foi uma prática somente de sociedades primitivas consideradas “atrasadas”, cujas explicações estariam ancoradas na ausência de conhecimentos científicos e no escasso controle do homem em relação aos meios de produção.
Entretanto, um olhar atento revela que as práticas discriminatórias continuam sendo vivenciadas ainda hoje por vários grupos de pessoas pertencentes à sociedade moderna, cujo avanço científico-tecnológico está concentrado em grandes conglomerados financeiros com poder de controlar o mercado mundial. Conta, ainda, com a tecnologia eletrônica, com agências de publicidade que se encarregam de criar desejos, vendidos como imagens fascinantes que representam poder, ilusão de felicidade e segurança. Esse desenvolvimento provoca mudanças no modo de pensar, sentir e agir e se fazem presentes nas relações entre as pessoas.
Não bastam belas palavras, não bastam teorias, normas legais e constitucionais de criminalização da discriminação e do preconceito, conforme Fernandes; tampouco que representemos papéis diante de determinadas situações sociais.
O necessário não são as palavras, mas as ações. O ideal é que sejamos verdadeiros, que deixemos de viver de aparências, de representações, que deixemos de usar as máscaras sociais, segundo Erving Goffman.
Infelizmente vivemos de representações, talvez muitas vezes inconscientemente, a fim de alcançarmos nossos objetivos momentâneos. No entanto, nem sempre este é o melhor caminho, visto que não somos sozinhos nem vivemos sozinhos.
Há toda uma diversidade cultural em nossa sociedade. E é justamente desta diversidade que vivemos as relações processuais (Norbert Elias), ora unindo-nos, ora separando-nos, hierarquizando, porém nunca isolando-nos.
Desta forma, para que haja realmente a igualdade de oportunidades (seja nas condições de trabalho, de valorização ou remuneração dos profissionais e representantes do ensino, seja no reconhecimento do estudante como agente transformador da sociedade, sujeito crítico e ativo, construtor de um futuro melhor); para sanar tais problemas, é preciso que “brote” de dentro de cada cidadão, a espontaneidade, os valores, a moral.
E com certeza, o caminho que nos levará à superação desta desigualdade social latente em nossa sociedade, realmente é a Educação, a mudança de olhares, a formação, a construção de novos valores.
Porém, o homem precisa, antes de tudo, se conhecer melhor, para poder responder às chamadas sociais.
A aceitação e o reconhecimento próprio são o ponto de partida para o homem começar a se moldar, aprendendo, reestruturando-se, fazendo modificações, adaptando-se, sabendo identificar-se enquanto pessoa passível a erros; reconhecer seus defeitos, suas falhas, bem como suas potencialidades e capacidades e procurar melhorar enquanto ser humano, para depois tentar uma aproximação com seu próximo, adequando-se à realidade do meio em que atua e vive. E importante é que o mesmo reconheça também no outro, qualidades, vantagens e saiba respeitar as diferenças, afinal estas são necessárias para o crescimento pessoal, profissional e social de qualquer ser humano.
Enfim, acreditamos que o melhor caminho para chegarmos ao modo ideal de convivência humana, de princípios éticos e de sociabilidade, é resgatando o sentido do ser humano, cada qual com sua função e importância, lutando por uma sociedade justa e igualitária, de respeito mútuo, buscando cada um o seu direito, bem como assumindo seus deveres sem qualquer tipo de distinção e discriminação, e tudo isso só será possível por meio da Educação.

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